segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Adeus Ano Velho




E o que era brincadeira virou o sonho mais real ...

Poetas Ambulantes chegou no fim de 2012 e deu uma voadora nas certezas e construiu bases solidas do previsível surpreendente. 

Nos perdemos ao tentar explicar como foi a primeira saída da abertura até então nada ensaiada, o medo da não aceitação, porém repleto de combustível inovador. 

Éramos quatro hoje somos um todo, nos comanda a poesia. Ao tentar fazer retrospectiva me embargo com tanta emoção, sou melhor do que pensei, os versos me comandam. 

Temos uma oração e fazemos uso da mesma a cada saída, somos o que cremos e queremos somos, prosas, crônicas, sonetos, somos tudo- juntos. 

Regidos pela união e amor, há muito o que relembrar, mas hoje só desejamos que 2013 nos conceda mais rostos carrancudos para plantarmos risos, corações gelados pra aquecermos, portas traseiras para caronas, mais poesias, papeis, inspirações... 

Sejamos leais aos outros, no mais a poesia é grandiosa e dará conta.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Última Saída 2012


Ontem aconteceu a última saída dos Poetas Ambulantes nos coletivos de São Paulo, do Itaquera ao Ibirapuera foram realizados diversos saraus, distribuídos jornais, livretos, fotografias, revistas, poesias, livros, incentivando a leitura, promovendo a poesia, a arte e toda forma de expressão.

O grupo se reuniu às 15h na Estação Itaquera do metrô, após apresentação e chegada de todos, embarcamos na linha vermelha sentido Barra-Funda, invadindo os vagões do metrô. Desta vez munidos de um megafone, entrávamos anunciando a chegada dos ambulantes atraindo atenção de todos os passageiros, discurso feito, "microfone aberto" diversos poetas começavam a circular entre os passageiros declamando e distribuindo poesias, jornais, revistas e livretos.

O grupo formado pelos poetas Bruno Pastore, Carolina Peixoto, Daniel Minchoni, Felippe Regazio, Francisco Campos, Jefferson Santana, Lu'z Ribeiro, Luiza Borba, Mel Duarte, Paulo D'Auria, Pedro Tostes, Pim Lopes, Rafael Marques, Thiago Peixoto e Victor Rodrigues, a fotógrafa ambulante Renata Armelim e a câmera girl Giuli Romano passou a tarde invadindo o dias dos passageiros do metrô e do ônibus.  

Algumas vezes foi possível fazer diversos saraus dentro do mesmo vagão, para que todos os passageiros pudessem ouvir poesia e, quando o barulho foi muito, o poeta agachou e falou no ouvido da passageira, foi lindo. Rolou uma declamação coletiva quando todos embalaram no Poema de Sete Faces, de Carlos Drummond.

Como bom ambulante que somos, teve uma promoção, quem quisesse comprar livros pagava com uma poesia, era simples: declamou, comprou! Além do livro o passageiro levou pra casa um foto sua polaroid para se lembrar do dia de Poeta Ambulante.

Para chegar até a Estação da Sé, nós embarcamos em cinco trens, teve poeta que se perdeu, alguns que não puderam embarcar, impedidos de PANFLETAGEM e COMÉRCIO AMBULANTE, mesmo sem estar vendendo nada e nem entregando panfletos, o que atrasou mas não parou nossa ação.

Na Sé fizemos baldeação com a linha azul e embarcamos sentido Jabaquara, foram dois trens até a Estação Ana Rosa. Os poetas se misturavam e soltavam suas poesias em meio aos passageiros, algumas caras de aprovação, outras de rejeição e incômodo, em troca de atenção, hora ou outra, algumas palmas e muitos olhares e sorrisos.

Da estação Ana Rosa fizemos baldeação para a linha verde e embarcamos sentido Vila Madalena, num único trem até a Estação Brigadeiro. Quando saímos da Estação a chuva continuava, de leve. Caminhamos até a Av. Brigadeiro Luís Antônio, onde o grupo se dividiu para embarcar em dois ônibus diferentes rumo o Parque Ibirapuera.

Durante a organização desta ação, enquanto fazíamos a divulgação e arrecadação dos livros, por diversas vezes tentamos contatar o Parque Ibirapuera para solicitar permissão para a realização deste evento, nenhuma das vezes obtivemos sucesso. No entanto, decidimos fazer o evento da mesma forma.

Lá nos esperavam os amigos Ana Claudia, Roberto Ito e Paulo Flores, encarregados de transportar os quase 800 livros até o Parque do Ibirapuera e montar a Árvore de Livros que seria cenário de nosso sarau, que contou com a chegada dos poetas Laudecir Silva, Mariane Staphanato e Ni Brisant, para somar ao nosso grupo

Chegamos no parque e fomos informados que nossa Árvore de Livros não pode ser montada, que não poderíamos utilizar o megafone e nem distribuir os livros. Porém, as pessoas poderiam pegar os livros que estavam amontoados no centro da roda de um grupo de Poetas que estavam declamando diversos poemas, versinhos, músicas, mensagens para todos que quisessem ouvir.

Os poetas não distribuíram livros, os visitantes tiveram que pegar os livros, folheá-los, escolher e o melhor de tudo, entrar na roda dos Poetas, que mesmo sem megafone, falava alto, bonito, para TODOS, que passavam, que olhavam, que paravam e se aproximaram.

Mais uma vez gostaríamos de agradecer as editoras Conecta Brasil, DoBurro, Escrituras, Giostri, Patuá, Penálux, Poesia Maloqueirista, a Câmara Brasileira dos Livros, os amigos e parceiros que nos ajudaram arrecadar os quase 800 LIVROS que foram DOADOS no Parque do Ibirapuera e equipe da Tv Curta!, o Léo e a Bia, que nos acompanharam todo o caminho.

Em breve fotos do nosso dia.

Boas festas e janeiro tem mais, aguardem informações! 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PRIMEIRO DIA DO MUNDO NOVO


No primeiro dia após o Fim do Mundo, faremos a última saída dos Poetas Ambulantes, do Itaquera ao Ibirapuera.

"ATENÇÃO SENHORES PASSAGEIROS, EU PODERIA ESTAR MATANDO, EU PODERIA ESTAR ROUBANDO.... EU PODERIA ESTAR BABANDO NO SEU OMBRO, EU PODERIA ESTAR OUVINDO FUNK ALTO NO SEU OUVINDO... MAS ESTOU AQUI HUMILDEMENTE DISTRIBUINDO POESIAS, AQUELES QUE PUDEREM ME OUVIR EU AGRADEÇO"

Mais uma vez a cidade de São Paulo será atingida por nossos disparos poéticos, desta vez nós iremos utilizar as linhas: vermelha, azul e verde do metrô e linhas de ônibus, onde faremos nosso sarau e distribuição de poesias.

O ponto de encontro será na Estação Itaquera do metrô, às 14h30, onde faremos concentração e aquecimento, aguardando a chegada de todos os poetas, até às 15h00, quando iremos partir, embarcando na Linha Vermelha sentido Barra Funda até a Estação da Sé, subindo e descendo dos coletivos, circulando entre os vagões. Lá faremos baldeação para a Linha Azul e embarcamos sentido Jabaquara até a Estação Ana Rosa, onde faremos baldeação com a Linha Verde, embarcamos sentido Vila Madalena até a Estação Brigadeiro.

Caminharemos até a Av. Brig. Luís Antônio onde iremos pegar ônibus até o Parque do Ibirapuera.

Os passageiros dos coletivos irão receber além das poesias, revistas e livretos do Selo Poesia Maloqueirista e jornais da Editora Patuá, que foram doados para serem distribuídos neste dia.

Diferente das outras saídas, que nosso destino final foi algum Sarau que acontece na cidade, desta vez iremos realizar um sarau no Parque.

Com o apoio de alguns amigos e parceiros e, das editoras: Conecta Brasil, Editora Escrituras, Editora Penalux, Editora Patuá e selo DoBurro, nós conseguimos arrecadar aproximadamente 500 livros, de ficção, poesia, crônica, conto, infanto-juvenil, para serem distribuídos GRATUITAMENTE para os visitantes do parque que passarem por nosso sarau.

Nós faremos duas Árvores de Livros no Parque e iremos desmontando-a no decorrer do sarau, conforme os poetas forem falando e as pessoas estiverem passando. Todos os livros arrecadados serão entregues no parque, com o intuito de disseminar e promover a leitura.

Nosso sarau terá o "microfone" aberto para TODOS que quiserem declamar uma poesia, cantar uma música, falar um mensagem... Enfim, será um dia para celebrarmos a amizade, a alegria e comemorar as boas coisas que aconteceram em 2012, fazer um balanço das coisas ruins e energizar boas vibrações para que 2013 seja melhor ainda.

Propomos um grande picnic, levem toalhas, comidas, bebidas, violões, tambores, cornetas... Que este sarau seja nossa Festa de Confraternização!!!

Aproveitamos para agradecer a todos os AMIGOS e PARCEIROS que nos ajudaram arrecadar os livros, a contatar as pessoas, a divulgar nosso projeto... todos que tornaram o sonho dos Poetas Ambulantes realidade, SONHAR JUNTO É MAIS FÁCIL! Pois só assim esta ação se tornou possível, muito axé e boas energias, sejam todos MUITO BEM VINDOS, esperamos por vocês sábado!

encontro: 14h30 Estação Itaquera - catraca de entrada da Estação.
partida: 15h00 - Linha vermelha
horário PREVISTO de chegada ao parque: 17h30
Local do Sarau: no gramado ao lado da Marquise de frente ao restaurante The Green.

mais informações / doações:
poetasambulantes@gmail.com
Tel. (11) 2389 0514 - 970634048 (Carolina)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Árvore de Livros




No mês de dezembro irá acontecer a 4ª Saída dos Poetas Ambulantes, porém, devido ao encerramento das atividades dos movimentos culturais e saraus aos quais o grupo sempre se dirige ao final de suas saídas, o destino final deste dia será o Parque do Ibirapuera, onde o coletivo irá realizar um sarau com amigos e parceiros, numa confraternização que irá reunir artistas e coletivos de diversos pontos da cidade.

O grupo irá sair da Estação Itaquera (linha vermelha do metrô), fazer a linha até a Estação Sé. Fazer baldeação para a linha azul, ir até a Estação Ana Rosa. Fazer baldeação para a linha verde ir até a estação Brigadeiro. Sair da estação e embarcar em diversos ônibus pela Av. Brig. Luís Antônio, até o destino final, Parque do Ibirapuera.

Os frequentadores do parque, além de poder prestigiar e participar do sarau, irão receber livros distribuídos gratuitamente, com o intuito de disseminar e democratizar a literatura entre os mais diferente públicos, atendendo todas as classes sociais, etnias, etc.

Para compor nossas Árvores de Livros estamos convidando editoras / livrarias / distribuidores / escritores / poetas / amigos / para serem nossos parceiros nesta ação, doando  livros para serem distribuídos gratuitamente no dia do evento. Nos gêneros: ficção - poesia - conto - crônica - biografia, evitando livros técnicos, religiosos e didáticos, com o intuito de incentivar a leitura

Como em todas as saídas, o dia será registrado nas lentes da fotógrafa Renata Armelin e, as fotos estarão disponíveis nas redes sociais e blog.



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

3ª Saída Poetas Ambulantes


Importante: as palavras abaixo não pretendem, tão pouco, conseguirão descrever com exatidão os momentos de felicidade vividos entre pessoas desconhecidas através da poesia...

Ontem aconteceu a 3ª Saída do coletivo Poetas Ambulantes, fomos do bairro do Valo Velho, extremo sul de São Paulo, até o metrô Anhangabaú, centro da cidade, com destino ao Sarau Suburbano Convicto, que acontece todas as terças-feiras na rua Treze de Maio, nº70.

Estávamos em um grupo de cinco poetas (Carolina Peixoto, Jefferson Santana, Lu’z Ribeiro, Mariane Staphanato e Thiago Peixoto) e uma fotografa, a Renata Armelin (que amamos), que gentilmente nos acompanhou pela segunda vez em uma saída para registrar cada momento vivido nos coletivos da cidade.

O trajeto começou as 16h, (pouco depois da chuva torrencial negociar sua estiagem com o sol escaldante que viria em seguida), pegamos o primeiro ônibus em frente ao Extra do Valo Velho, e então começou a festa – “motorista, podemos entrar pela porta de trás pra distribuir e recitar poesia?” – eis que a porta se abre, os poetas sobem e o sarau começa, simples assim.

Foi um privilégio (infelizmente para poucos) assistir aos rostos se transformando, da cara fechada que estranha a chegada de passageiros clandestinos pela porta de trás, ao sorriso largo, quando percebiam que estávamos lá simplesmente para colorir o fim de tarde com poesia, alegrar e amaciar um pouco o coração dos que ali estavam endurecidos pelo ritmo frenético que a cidade impõem aos seus moradores.

Fizemos nosso trajeto pelos ônibus que circulam na Estrada de Itapecerica até o metrô Capão Redondo, em seguida pegamos o metrô da linha lilás, até o Terminal João Dias, onde pegamos os ônibus que faziam o itinerário da Av. João dias, Av. Vereador José Dinis e Av. Ibirapuera. Fomos até o metrô Santa Cruz, lá pegamos a linha azul rumo à estação Sé onde fizemos baldeação para chegarmos ao Anhangabaú.

No total, distribuímos mais de 300 poesias (com informações no verso sobre alguns dos Saraus que acontecem atualmente na cidade), escritas por frequentadores desses saraus, que mesmo não podendo estar lá dentro dos coletivos, acreditam no projeto e, indiretamente, estavam conosco e fizeram acontecer. Nossa gratidão a todos que escreveram as poesias!

É difícil contabilizar quantas pessoas foram impactadas, passamos no total por nove ônibus, uma lotação e seis vagões de metrô, alguns lotados outros nem tanto, fora as pessoas que se deparavam conosco recitando poesias nos pontos de ônibus, estações, escadas rolantes, enfim, no trajeto inteiro a proposta era atingir o maior número de pessoas possível e foi o que fizemos.

O resultado superou nossa expectativa, as pessoas realmente se emocionaram com as poesias e, em alguns coletivos, praticamente todos os passageiros batiam palmas e nos parabenizavam. Quem estava do lado de fora ficava sem entender, e caia na gargalhada junto. Na estação Sé, uma pessoa desceu conosco, nos parabenizou e falou, “minha estação já passou, só desci agora porque fiquei entretida com vocês e não me atentei à hora de descer”, foi realmente lindo (confesso que adoraria fazer a experiência de permanecer dentro do ônibus depois que os poetas descem, pra ver como as pessoas se comportariam no resto de sua viagem pra casa).

Para finalizar, precisamos agradecer ao Sarau Suburbano Convicto, que recebeu nosso coletivo de braços abertos, com o carinho e respeito de sempre, e nos cedeu a palavra para falar sobre a nossa iniciativa e a experiência que tínhamos acabado de viver.

Infelizmente a felicidade não se traduz em palavras, então vou parar por aqui e deixar o convite para que vocês vivam essa experiência conosco. Fiquem ligados aqui no blog e em nossas redes, em breve divulgaremos as fotos dessa saída e informações sobre próxima, em dezembro.

Como disse Paulo Leminski, “A vida é uma viagem, pena eu estar só de passagem”.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Urgência coletiva

Com toda educação
A poesia pede autorização
para entrar por traz no busão
Rouba atenção e aplausos
Em troca de alguns causos
Declamados à multidão.

Arranca diversos sorrisos
Tímidos, escancarados
Acorda olhares perdidos
Distrai os ali distraídos
Beija os corações cansados.

Sua voz é ouvida
Mesmo só de passagem
Quem está na lida
Se depara com a vida
E entende a mensagem.

Motoristas, cobradores
Crianças, adultos
Trabalhadores, artistas astutos,
poetas consagrados,
Contemporâneos, marginalizados,
Todos dividindo espaço
Dentro da minhoca de aço.

A poesa ganha vida
E não passa despercebida
Quem pode, registra
Quem não, também
Seja no celular, só no olhar
Ou na energia que move o trem.

São Paulo nos estressa
A pressa é desenfreada
O ônibus está lotado
Mas ninguém olha pro lado
E mantém a cara fechada.

Não importa se no Tucuruvi
Ou no Guarapiranga
No Grajau ou Guilhermina-esperança
Quem enfrenta sabe que cansa
Se sentar o sono bate de pronto
Se moscar, todos perdem o ponto.

O mundo é o coletivo
O coletivo é um mundo
Uns indo trabalhar
Outros voltando pra descansar
Friamente profundos.

Desconhecidos ouvidos atentos
Nas palavras lançadas ao vento
Grandes potenciais amigos,
Que levarão a mim consigo.

Viver de instantes
Como poetas ambulantes
É nossa recompensa
A poesia é uma urgência
Por isso estou declamando
Pois vocês sabem
Eu podia ta matando,
eu podia ta roubando...